18 de ago. de 2012

Caiu a ficha


Uma consciência de ser o fruto da sociedade, condicionada pelo meio.

Eu gosto de História porque todos os dias me faz chorar.

Eu me lembro bem de como as pessoas falavam do Real e de como eu ficava feliz quando trocava a nota de 1 real por um doce qualquer, mas que sempre tinha um nome que eu não sabia pronunciar. Ou de quando os telefones públicos passaram de vermelhos a azul. E de quando os vizinhos começaram todos a vir ligar da nossa casa.

Era tudo muito novo, e eu pensava que tudo sempre fora assim...

Tudo me foi dado. Ninguém me atentou para as mudanças.

Ah se soubesses como a minha vida está tão diretamente ligada à tua!

"Durante os anos Collor e os primeiros anos da era FHC, o número de desempregados no Brasil triplicou, passando de 1,6 milhão para 6 milhões, entre 1989 e 1998."

Nessa época meu pai tinha 2 empregos. E 2 empresas nas quais meus pais trabalhavam, faliram.
Minha mãe vendeu meu carrinho de bebê, que eu usava pra brincar de boneca, pra comprar leite pra mim. Fiquei sem falar com ela por um dia inteiro. Além de ter chorado muito, claro.

Lembro que quando tinha apagão, todo mundo saía na rua, pra conversar, com vela, com farolete. Foi quando eu comecei a prestar mais atenção nas estrelas e sonhava em ser astronauta, astrônoma, astróloga.

Também teve um dia em que cheguei em casa depois da escola e na globo só passava o ataque às torres gêmeas e nada de Dragon Ball Z.

Bem, depois eu cresci... e não lembro muito mais nada além de ficar enfiada na escola e seguindo biblicamente meus livros didáticos. Por falar em bíblia, procurei o respaldo das igrejas. Ele acabou quando entrei na faculdade. Mas tem um parêntese enorme no meio disso aí, que foi meu Ensino Médio. Não cabe aqui. É outra História.






Telesp informa: esse número de telefone não existe...”

16 de ago. de 2012

Sujeito

"Cerceados nas suas festas, cerimônias e manifestações culturais tradicionais, expulsos de certas áreas da cidade, obstados na sua circulação, empurrados para as regiões desvalorizadas: pântanos, morros, bairros coloniais sem infraestrutura, subúrbios distantes, matas; discriminados pela etnia, pelos trajes, e pela cultura; ameaçados com os isolamentos compulsórios das prisões, depósitos, colônias, hopícios, isolamentos sanitários; degradados social e moralmente, tanto quanto ao nível de vida." SEVCENKO, N. 1983.

Poderia ser uma crítica da política liberal hoje...




"Querem nos fazer monstros também.
Desculpa, mas, não." R.s.O.




"Coisa difícil viver com medo, não?
É assim que vive um escravo...

Eu vi coisas que vocês não acreditariam.....
Todos esses momentos vão se perder no tempo,
como lágrimas na chuva.

Hora de morrer."
       - Blade Runner - Ridley Scott

8 de ago. de 2012

Por que não

...Ninguém precisa disso.

Todas as coisas são importantes e grandiosas demais
para que uma ou infinitas análises dêem conta delas.





"Foi sempre clara aos poetas a relação intrínseca existente entre a dor e a arte."
in: SEVCENKO, N.  2003. p.31.

3 de ago. de 2012

O Capital

Se você não se vende, você é vendido.
Se você não estabelece seu preço, colocam o preço em você.


Se você não engole, é engolido?

2 de ago. de 2012

Ai se eu te pego


Tinha uma pedra no meio do caminho
Menino bonito, menino bonito ai
Ou não
É bom te ver sorrir
Deixa eu ver à moça
Que eu também vou atrás
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Como o meu amor faz a hora
Faz a hora que faço amor de memória
Eu vim mas trouxe o sol
E a tempestade lá de longe
No meio do caminho tinha uma pedra





"Vou te esperar aqui,
Mas vê se atende o telefone mesmo se for a cobrar.
Hoje eu não vou sair,
Porque meu carro tá quebrado eu não tô podendo gastar.
Quando chegar aqui,
Me dê um grito lá na frente, eu vou correndo te buscar.
Não tem ninguém aqui.
Mas vou deixar a luz acesa.

Já te passei meu celular e o endereço.
Aquele dia que te vi saí de casa.
Eu tô ligado que você sempre me deu uma moral
Até dizia que me amava.
Agora tá mudada se formou na faculdade.
No meu cursinho eu não cheguei nem na metade.
Você tá muito diferente eu vou atrás, você na frente
Tô louco pra te pegar.

Vou te esperar.
Na minha humilde residência,
Pra gente fazer amor.
Mas eu te peço.
Só um pouquinho de paciência,
A cama ta quebrada e não tem cobertor
." 

             Humilde Residêndia - Michel Teló

1 de ago. de 2012

Av. Paulista

Onde todas as teorias dão errado
Aprendi a admirar o feio
Onde eu cresci.
Observei a vida e a arte de perto
Todo mundo aqui está de passagem e pra sempre aqui vai ficar
Onde eu me revoltei
Completa mente sozinha.

 

"A beleza construída pelo homem."

Garoa

Acordei de manhã, olhei pro céu e pensei
"hoje o meu dia vai ser bom".

Só isso.